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1- Sobre o Motivo dessa Obra


Meu nome é Silas e creio que poucos olhos contemplaram o que eu vi.

Eu vive uma vida de aventuras, riquezas, mistérios e bati nos portões da Ceifadora por três vezes. Acumulei uma quantidade considerável de riqueza, sabedoria, conhecimento e uma coleção impressionante de itens raros. Eu poderia me aposentar como os outros aventureiros se aposentam-comprando uma fazendo ou uma taverna- mas decidi dedicar meus últimos anos de vida em descrever tudo o que eu presenciei em minhas viagens.

Quando eu apresentei a proposta à Academia, eles foram um pouco céticos por causa dos detalhes e da dimensão da obra. Porém quando eu comecei a relatar minhas viagens e a mostrar todas as anotações desses últimos 40 anos, eles ficaram convencidos e me acolheram como um pesquisador, mesmo eu não sendo um arcano.

Muitos me questionaram minha motivação para escrever essa obra. Eu luto com essa resposta até hoje e não sei ao certo o que me fez abandonar todas as outras possibilidades e dedicar meu tempo a ficar sentado em uma mesa com pergaminho, pena e tinteiro. O que nos motiva sempre foi um tema que eu achei fascinante. Muitos dizem que a força motriz de suas vidas é a riqueza e a glória, porém quando eles alcançam tal feito, tais pessoas não ficam felizes.

Perdoem minhas divagações, eu costumo misturar fatos com meus próprios pensamentos, portanto não se admirem caso vejam tais ocorrências durante a obra. Pois bem, o que me motiva a escrever uma compilação e descrição de Illirian? Creio que minha principal motivação é o orgulho. Desde a infância eu acreditei que eu era um garoto destinando a grandes feitos. Nascido em uma família poderosa; autodidata genial que ingressou na legião de Alquimistas Imperiais com apenas 16 anos; melhor aluno da classe; o Alquimista mais jovem a ser escolhido para liderar uma expedição oficial. Tudo me levava crer que eu iria ser brilhante. Porém Juízo é um deus malicioso e tudo o que eu havia construído ruiu quando eu decidi fazer o que era justo. Novamente estou divagando, essa introdução não é local para a minhas histórias pessoais. Fato é que eu sempre quis ser grande e reconhecido. Eu sempre quis produzir algo que fosse glorioso e que fizesse meu nome ser lembrado e cantado por gerações. Durante todos esses anos eu e a Comitiva Traidora realizamos feitos dignos de heróis. Libertamos cidades de tiranos, matamos Ahamon a Desolação do Leste e salvamos muitas vidas durante a Invasão de Odaku. Fomos aclamados em tavernas, bardos cantaram nossos nomes e donzelas suspiraram a nos ver passar nas ruas. Eu deveria estar satisfeito não? Porém adivinhem, tudo isso durou alguns anos. As pessoas esquecem e essa é um dos grandes conhecimentos que eu aprendi com a vida: as pessoas esquecem.

Pois bem, já que as pessoas esquecem, e eu quero ser lembrado, eu pensei em fazer algo que fosse eterno. Descrever Illirian, desenhar seus mapas, contar as histórias de suas raças e sua relação com o Quanar e relatar toda beleza, mistérios e magia que eu vi nesse mundo é a minha ultima tentativa de se tornar imortal. Minha ultima cruzada para finalmente entrar para a história. Sei que eu não viverei para ver o impacto que essa obra causará, mas a essa altura não me importo mais. Quero simplesmente terminar e fechar meus olhos acreditando que entrei para as canções dos bardos

 


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